Vias metabólicas

06/05/2023 21:25

O processo químico de conversão do alimento em energia é denominado em bioenergética. Esse processo é similar em muitos aspectos ao uso de qualquer fonte de energia como por exemplo carvão ou gasolina para fornecer energia a uma máquina em funcionamento. No corpo humano, quando os substratos energéticos (glicose, ácido graxo e aminoácido) dos macronutrientes (carboidrato, gordura e proteínas) são quebrados, liberam energia contidas em suas ligações químicas tornando-a em energia mecânica, resultando nas contrações musculares. 

Todos os substratos energéticos (glicose, triacilglicerol e aminoácido) são transformados em uma única moeda enérgica aceita por todo nosso organismo chamada adenosina trifosfato (ATP). 

Nosso organismo, com objetivo de facilitar os processos metabólicos, criou uma única moeda identificada por ATP. A adenosina trifosfato contém ligações ricas em energia de uma adenina e ribose a três fosfatos. Cada vez que o nosso organismo consegue quebrar (hidrolisar) 1 ATP, o mesmo liberará essa energia química armazenada em suas ligações. Temos uma pequena quantidade de ATP intracelular que corresponde a aproximadamente 20 mmol/kg/músculo. Portanto, o nosso organismo deve encontrar uma forma de realizar ressíntese do ATP que foi depletado pela demanda energética. 

Contudo, para que algumas reações químicas aconteçam e produzam ATP é necessária quantidade suficiente de oxigênio. Quando temos disponibilidade suficiente de oxigênio, obtemos energia pelo metabolismo aeróbico. No entanto, ainda é possível produzir ATP mesmo quando não houver quantidades suficientes de oxigênio. Dessa forma, quando a produção de ATP ocorrer sem a presença de oxigênio o metabolismo é anaeróbico. O metabolismo anaeróbico pode ser subdividido em dois: alático e lático. 

A primeira via metabólica faz parte do metabolismo anaeróbico, ou seja, sem a presença suficiente de oxigênio para gerar energia. Outro fator interessante é que essa via metabólica também é conhecida como alático, ou seja, não forma lactato como subproduto final. Portanto, o nosso organismo utiliza a via chamada ATP-CP ou sistema fosfagênio como primeira via energética com objetivo de ressintetizar ATP. Para que isso ocorra, essa via utiliza a fosfocreatina (Creatina + Fosfato inorgânico – CP + Pi) armazenada dentro do músculo em pequenas quantidades de aproximadamente 80 mmol/kg/músculo, e, por meio da enzima creatinaquinase, depleta a fosfocreatina liberando seu fosfato rico em energia e ressintetizando o ATP utilizado (ADP Æ ATP) 

A via metabólica seguinte é a chamada de via glicolítica do metabolismo anaeróbico lático, na qual ocorre a formação de lactato como seu subproduto final. Essa via metabólica utiliza o substrato energético glicose (C6 -H12-O6) para restaurar o ATP. 

A via metabólica glicólica não rende muitos ATPs, ou seja, ao final de seu processo metabólico temos o saldo de apenas 2 ATPs, pois utilizamos 2 ATPs para iniciar o ciclo na fase de investimento. Portanto, ao final do ciclo o saldo de 4 ATPs na verdade será de 2 ATPs. Mas a via glicolítica faz outro papel muito importante, gerando alguns NADH. 

 

Fonte: GUSTAVO ALLEGRETTI JOÃO AYLTON FIGUEIRA JUNIOR: OS PRIMEIROS PASSOS EM FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO: BIOENERGÉTICA, CARDIORRESPIRATÓRIO E GASTO ENERGÉTICO. Conselho Regional de Educação Física da 4a Região – CREF4/SP 

 

Voltar